Fazemos um convite para que conheçam o CECTH – Centro de Estudos do Corpo e Terapias Holísticas S/C Ltda.
Visite nosso site e mergulhe no fascinante Mundos da Terapias Integrativas.
O shiatsu é caracterizado por sua grande simplicidade. Ele se desenvolveu a partir de uma forma anterior de massagem chamada Anma, no Japão (Anmo ou Tuina, na China), que utiliza técnicas como esfregar, apalpar, apertar, tamborilar com os dedos, pressionar e puxar, influenciando os músculos e os sistemas circulatórios. O shiatsu, por sua vez, usa menos técnicas e, para o observador, a impressão é de que muito pouco está acontecendo – apenas uma pressão leve e relaxada em vários pontos do corpo com a mão ou um polegar, um leve toque dos cotovelos ou uma simples rotação de um dos membros. Parece uma atividade preguiçosa e, na medida em que conserva a energia, realmente é. Mas, por baixo dos movimentos descomplicados, muita coisa está acontecendo internamente com a energia do corpo em um nível sutil.
A tradição oriental descreve o mundo em termos de energia. Todas as coisas são consideradas manifestações da força vital universal chamada de “Ki” pelos japoneses, “Chi” ou “Qi”, na China. Devido à origem japonesa da terapia shiatsu, preferimos o uso da palavra “Ki”. Ki é substância primária e força motivadora da vida. Geralmente é traduzida como “energia”, mas Ki também é um sinônimo de respiração nas línguas japonesa e chinesa. Na terapia oriental, a harmonia do Ki no corpo humano é considerada essencial para a saúde. Todos os seus esforços se convergem para esta finalidade.
Nossos Cursos Livres são para quem “dá” e para quem “recebe” o shiatsu. O shiatsu deve ser compartilhado, e você pode fortalecer sua saúde e alegria de viver seguindo as orientações dadas durante as aulas ministradas pelo e terapeuta holístico Rodolfo Correa Lima. Dominando os princípios básicos da terapia tradicional oriental, você também poderá utilizar o shiatsu para ajudar os amigos ou familiares que não se sintam bem.
Mas os estudos do tratamento dos desequilíbrios energéticos, ou de seus sintomas isolados, pode levar a uma visão limitada do shiatsu e de seus benefícios. Nossos cursos e tratamentos descrevem uma gama de técnicas e caminhos para se trabalhar com o corpo, através dos quais você poderá compreender melhor o sistema “energético” do corpo – sua rede de energia. Em vez de se concentrar na melhora das doenças, você vai perceber a relação entre os desequilíbrios energéticos e a saúde. O shiatsu pode ajudá-lo a equilibrar os extremos, viver uma existência plena e criativa.
O shiatsu foi desenvolvido na primeira metade do século XX pelo clínico geral japonês, Tamai Tempaku, que incorporou os então recentes conhecimentos de anatomia e fisiologia aos vários métodos de tratamento. Originariamente, ele usou o nome de “Shiatsu Ryoho”; ou seja, “forma de melhora pela pressão dos dedos”; depois, mudou para “Shiatsu Ho”, “método da pressão dos dedos”. Conhecido atualmente apenas como “Shiatsu”, o método foi reconhecido oficialmente como terapia pelo Governo Japonês em 1964, distinguindo-o da outra massagem tradicional, a Anma. O papel do terapeuta de shiatsu é diagnosticar e tratar de acordo com os princípios da terapia oriental.
O mais antigo livro chinês de medicina é o “Huang Ti Nei Ching”, “O Clássico de Medicina Interior do Imperador Amarelo”. No livro, o lendário imperador questiona seu médico particular, Ch’i Pó, sobre problemas ligados à medicina e à saúde de seu povo. Em uma passagem bem conhecida, Ch’i Pó explica que diferentes formas de medicina foram desenvolvidas em regiões diferentes, levando em conta o clima e os problemas oriundos dele que afligem a população. Tratamentos com ervas, agulhas e calor eram atribuídos às regiões norte, sul, leste e oeste; porém, o desenvolvimento da terapia física, incluindo massagem e exercícios de respiração, já foi creditado à região central da China. Assim começou a longa associação de massagem e terapia manipuladora com exercícios físicos, técnicas respiratórias e meditações curativas, o que representou o mais alto nível da medicina chinesa. O conjunto de todas estas técnicas foi chamado de “Tao Yin”, um método para guiar as energias sutis do corpo para que fluam harmoniosamente. O shiatsu é o herdeiro moderno desta tradição.
A medicina chinesa foi introduzida no Japão por um monge budista, no século VI. Os japoneses a adaptaram e refinaram, adequando-a a sua filosofia, temperamento e clima. Especificamente, eles desenvolveram a cura manual e as artes de diagnóstico, criando técnicas especiais de diagnóstico abdominal, tratamento e massagem abdominal, a Ampukologia.
Vários entre os primeiros praticantes de shiatsu desenvolveram seus próprios estilos, sendo que alguns como Tokojiro Namikoshi e Shizuto Masunaga, fundaram escolas que contribuíram para o estabelecimento do shiatsu como terapia. Existem vários estilos diferentes de shiatsu hoje em dia. Alguns se concentram em “pontos de acupressão (acupuntura digital)”. Outros enfatizam um trabalho mais generalizado no corpo ao longo dos caminhos de energia para influenciar o Ki fluindo através deles. Outros ainda destacam os sistemas de diagnósticos como os dos “Cinco Elementos”. Ou a abordagem macrobiótica. Todos, porém, se baseiam na medicina tradicional chinesa. A intenção de nossos cursos e tratamentos é de servir como um guia geral ao shiatsu, apresentando os aspectos mais úteis e práticos das diversas abordagens, sempre tendo como base à medicina tradicional chinesa. Uma fonte específica de inspiração, porém merece menção – o “Zen” shiatsu de Shizuto Masunaga. Nós do CECTH – Centro de Estudos do Corpo e Terapias Holísticas somos adeptos do shiatsu eclético, onde associamos o shiatsu às outras terapias holísticas.
Masunaga incorporou sua própria experiência em shiatsu com os estudos que fez da psicologia ocidental e da medicina chinesa. Ele também aperfeiçoou os métodos de diagnóstico. O sistema por ele desenvolvido apresenta exercícios especiais conhecidos como “Makko Ho”, que estimulam o fluxo do Ki. Ele desenvolveu, ainda, uma série de princípios orientadores que tornam as técnicas mais eficazes. Este sistema Masunaga denominou de “Zen Shiatsu”, emprestando o nome da abordagem direta à espiritualidade dos monges Zen budistas do Japão.
Talvez você note uma circularidade na lógica da medicina chinesa. Os povos ocidentais pensam em causa e efeito como sendo uma progressão linear de idéias e eventos de “A”, através de “B”, para “C”. A filosofia oriental considera que os eventos são condicionados mutuamente, surgindo juntos. Eles não são distintos do ambiente onde ocorrem. O pano de fundo é tão importante quanto o cenário. Daremos um exemplo para esclarecer a diferença.
Uma dor de cabeça não é apenas um evento que ocorre na cabeça, segundo a medicina chinesa; nem é somente uma dor ou algo que deva ser interrompido sem consideração pela origem. Não é também passível do mesmo tratamento que a dor de cabeça de outra pessoa. Em vez disso, a dor é uma obstrução do Ki, relacionada aos padrões de energia gerais no corpo do indivíduo, as circunstâncias e ao estilo de vida. O tratamento talvez envolva trabalhar com as pernas e os braços, além (ou, até, ao invés) da cabeça, proporcionando mudanças mais satisfatórias e duradouras do que a simples tentativa de bloquear os sintomas.
Para gravidez, não aplique força demais nos ombros. Evite os pontos IG 4 e BP 6, bem como os canais Yin (Baço, Rim e Fígado) abaixo dos joelhos.
Para quem sofre de epilepsia ou pressão alta, não aplique shiatsu na parte de cima da cabeça. Porém, o trabalho com os ombros, principalmente pernas e pés, é benéfico e seguro. Evite encostar com muita força em pessoas idosas ou enfermas – principalmente se sofrerem de artrite ou osteoporose (ossos fracos); conduza o tratamento em posição sentada. O correto é você procurar orientações com seu Mestre, ou se preferir faça o nosso curso de Shiatsu sob uma visão holística.
Uma sessão de shiatsu pode ocorrer com os dos participantes vestidos confortavelmente. Não é necessário ficar sem roupa ou não se exige nenhuma roupa especial. Caso algum terapeuta diga que é necessário tirar a roupa toda e estiver agindo com atitudes suspeitas, denuncie: Este endereo de e-mail est sendo protegido de spam, voc precisa de Javascript habilitado para v-lo . Há casos em que é necessário associar o shiatsu com a massagem terapêutica, aí sim, será permitido o contato das mãos com o segmento corporal a ser trabalhado.
Criar um ambiente aconchegante e aparelhado para proporcionar temperatura adequada ao conforto da pessoa atendida é indispensável. Luz amena, minimização de ruídos, bem como privacidade, inclusive do cliente para com o terapeuta.
O cliente deve ser inquirido quanto ao uso de óleos aromáticos e músicas, para que se tenha certeza de que serão aceitos e de que estejam em conformidade com cada caso.
A unidade Ki ou Chi manifesta-se em dois aspectos opostos e complementares: Yin e Yang, sendo que se pode dizer que Yin é o princípio negativo e Yang o positivo.
Para que haja a saúde física e mental é necessário que exista perfeito equilíbrio e harmonia do fluxo de energia no organismo, pois o bloqueio dessa energia é o primeiro estágio para se desenvolvimento de doenças.
Qualquer ser vivo, fenômeno, objeto, etc., ocorre da inter-relação constante de Yin e Yang. A diversificação da unidade é constituída pela manifestação desses dois aspectos antagônicos de energia, que formam um infinito de combinações e constituem o universo.
A vida desenrola-se dentro de um equilíbrio psico-bio-energético, de acordo com as leis da natureza e suas manifestações energéticas, dentro da polaridade Yin e Yang. Sendo que esta oposição energética serve para os orientais como base para sua filosofia e terapêutica.
Podemos citar como exemplos da polaridade de Yang e Yin na natureza:
Tao: Yin e Yang
Podemos apresentar alguns dos diversos aspectos antagônicos de Yang e Yin, conforme as obras de Mann, Oshawa, Beau e Worsley.
Yang | Yin |
Sol | Lua |
Quente | Frio |
Macho | Fêmea |
Ativo | Passivo |
Duro | Mole |
Número Ímpar | Número par |
Primavera e verão | Outono e primavera |
Luz | Escuridão |
Leve | Pesado |
Sistema Nervoso Simpático | Sistema Nervoso Parassimpático |
Fogo | Água |
Costas | Abdomen |
Febril | Frio |
Agudo | Crônico |
Centrípeto | Centrífugo |
Vermelho | Roxo |
Salgado | Amargo |
Sabemos que os orientais defendem a teoria da existência de energia, Ki ou Chi, existindo assim o MACROCOSMO (Universo), e o MICROCOSMO (homem), além da existência de duas forças opostas, Yin e Yang, que se complementam.
Dentro desta teoria, o homem está com os pés na terra e as mãos para o céu. A terra é Yin e o céu é Yang. Os meridianos Yang são do céu e vão para a terra e os meridianos Yin são da terra e vão para o céu.
Energia Yin elevando-se da terra para o céu, pela frente do corpo. | Energia Yang descendo do céu para a terra, pelo dorso do corpo. |
Como estas duas tendências são opostas e complementares, atraindo-se, o homem é um transformador de energias do céu e da terra. A energia Yang do céu percorre o homem, pelo plano dorsal, e busca a terra. A energia Yin da terra percorre o homem, pelo plano ventral, e busca o céu.
Os caminhos ou linhas por onde passam a energia Ki são chamados de MERIDIANOS (a energia KI desloca-se ao nível subcutâneo, cujas linhas preferências são denominadas meridianos). Nestes canais imateriais condutores de energia diferenciada em variadas combinações de Yang e Yin, os fluxos de energia se intercambiam alternadamente um sistema responsável pela defesa, regulação e ressonância do organismo em relação às influências cósmicas. Saúde implica, em primeiro lugar, na circulação adequada da energia vital através dos meridianos.
Para visualizarmos melhor, vamos comparar este sistema com os metrôs urbanos subterrâneos. Os pontos de shiatsu são como as estações de embarque de passageiros que se ligam à superfície.
Os meridianos seriam as linhas ou trilhos por onde passa o fluxo eletromagnético, ou energia Ki.
No corpo humano existem vários tipos de meridianos, de acordo com a função que desempenham. Cada meridiano é formado por um número de pontos que transmitem a energia em sentido e ordem sempre constantes. Existem 59 meridianos para conduzir a energia pelo corpo. Desses, 14 meridianos são considerados importantes, sendo 12 principais e 2 extras, ou maravilhosos; os outros destituídos de pontos próprios, são chamados de meridianos virtuais, somente se manifestando nos estados patológicos, e os meridianos de ligação, chamados de vasos secundários.
Os 12 meridianos principais são pares e simétricos bilaterais, responsáveis pelo funcionamento dos “órgãos primários”. Os 2 outros meridianos são ímpares, passam verticalmente pelo centro do corpo e têm como função regular o fluxo de energia Ki dos outros 12 meridianos.
MERIDIANOS PRINCIPAIS | SÍMBOLO | Nº PONTOS |
Meridiano dos pulmões | P | 11 |
Meridiano do intestino grosso | IG | 20 |
Meridiano do Estômago | E | 45 |
Meridiano do Baço-Pâncreas | BP | 21 |
Meridiano do Coração | C | 9 |
Meridiano do Intestino Delgado | ID | 19 |
Meridiano da Bexiga | B | 67 |
Meridiano dos Rins | R | 27 |
Meridiano da Circulação-Sexo | CS | 9 |
Meridiano do Triplo Aquecedor | TA | 23 |
Meridiano da Vesícula Biliar | VB | 44 |
Meridiano do Fígado | F | 14 |
MERIDIANOS EXTRAS | ||
Meridiano do Vaso da Concepção | VC | 24 |
Meridiano do Vaso Governador | VG | 28 |
Símbolo: P
Pontos: 11
Energia: YIN
Elemento: Metal.
Função: É de natureza Yin e apresenta-se acoplado ao meridiano do Intestino Grosso que é Yang. Recebe energia do meridiano do Fígado e a transmite ao meridiano do Intestino Grosso. Comanda os Pulmões, as vias aéreas e a pele. Corresponde as funções orgânicas do aparelho respiratório tais como: absorção, distribuição e eliminação de substâncias gasosas. Atua sobre todos os distúrbios respiratórios. Relaciona-se com angústia e o pranto.
Filtra tristeza, melancolia, nostalgia, mágoa. Os Pulmões governam o Ki. Eles o recebem, transformam e distribuem pelo corpo; até a pele, para defesa, através dos meridianos para nutrir e energizar todas as partes, e para baixo, para os outros órgãos, principalmente os Rins, onde o Ki pós-natal extra se acumula em nossas reservas.
Se os Pulmões estão fracos, eles não conseguem suprir Ki suficiente para a pele; as diferenças climáticas podem, assim, invadir o corpo pelos poros. Segundo a medicina oriental, é assim que “pegamos” resfriados, gripes e febres e ficamos com torcicolo por causa das correntes de ar. Fraqueza crônica dos pulmões geralmente produz cansaço, falta de ar e palidez. Se os Pulmões não podem fazer circular o Ki, ele fica acumulado, causando tosse e asma.
Outros sintomas do Pulmão podem necessitar de tratamento em mais de um meridiano; por exemplo, tosse seca, garganta irritada e pele seca geralmente exigem trabalho no meridiano dos Rins, também.
Sinais patológicos: Sensação de inchaço e de opressão torácica. Dores na cavidade subclavicular, respiração rápida, ruidosa e superficial, tosse, palmas das mãos quentes, coriza com micções pouco abundantes, mas freqüentes, garganta inchada e dolorida, dores nas escápulas e nas costas, dores que seguem o trajeto do meridiano no braço.
Trajeto: Começa entre as 1ª e 2ª costelas, a 8 dedos do esterno, sobe até o ombro e desce pela face anterior do braço, cruza a dobra do cotovelo lateralmente ao tendão do bíceps, segue pelo antebraço sobre o rádio e a artéria radial do pulso, entra na mão pela eminência tênar e termina no angula ungueal lateral do polegar.
Símbolo: IG
Pontos: 20
Energia: YANG
Elemento: Metal
Função: Este meridiano é acoplado ao meridiano do Pulmão, recebe energia deste meridiano transmitindo-a ao meridiano do Estômago. Comanda o Intestino Grosso e suas funções de eliminação de resíduos pesados e absorção de líquidos. Atua nos desequilíbrios energéticos da parte superior do corpo de parte superior do corpo. Relaciona-se com a tensão emocional.
Os Intestinos Grosso e Delgado filtram a emotividade, instabilidade emocional, sensibilidade não canalizada.
O Intestino Grosso recebe o resto dos alimentos e da bebida do Intestino Delgado, absorve mais fluidos e elimina os resíduos. Ele pode sofrer um desequilíbrio devido a dietas inadequadas, doença aguda, fraqueza ou preocupação, embora o melhor tratamento para isso seja indireto, através de um meridiano relacionado, ao invés do próprio meridiano do Intestino Grosso.
Por exemplo, muitos problemas intestinais respondem melhor ao tratamento dos meridianos dos Pulmões, dos Rins, do Baço-Pâncreas ou do Estômago. Se o problema for gerado por preocupação, ou prisão de ventre gerada por fraqueza ou falta de ar, trate os Pulmões. Pessoas fracas geralmente são propensas a vários desconfortos abdominais, tais como intestino desarranjado, diarréia, gases e distensões. Nestes casos trate o B aço, que controla a transformação de fluidos.
Trate o meridiano do Intestino Grosso, se o problema for dor no ombro ou cotovelo, ou bloqueio e dor nos órgãos sensoriais, incluindo congestão nasal, sinusite e dor de dente. Trabalhe, neste meridiano do cotovelo até a mão, se houver um caso de prisão de ventre gerada por calor ou febre.
Sinais patológicos: Odontalgias da mandíbula, garganta inchada e dolorida, sangramento nasal, boca seca, conjuntivas amarelas, pescoço inchado, dores e embaraço da motricidade da linha anterior dos extensores do braço e da escápula.
Trajeto: Começa no ângulo ungueal lateral do indicador, sobe pela lateral do dedo passando pelo ângulo dorsal do indicador e polegar, corre pelo antebraço até o ângulo externo do cotovelo, segue reto até a ponta do ombro, corre pelo alto do ombro e sobe pela lateral do pescoço até o maxilar, corta diagonalmente a face ao lado da asa do nariz.
Símbolo: E
Pontos: 45
Energia: YANG
Elemento: Terra
Função: O meridiano do Estômago recebe energia do meridiano do Intestino Grosso, transmitindo-a ao meridiano do Baço-Pâncreas. Comanda o estômago e o duodeno com suas funções digestivas e transformadoras dos alimentos. Atua sobre o psiquismo e as moléstias da parte frontal do tórax. Relaciona-se com o pensamento, idéias e a concentração mental.
Filtra ansiedade nervosa, preocupação, sistema nervosa em geral. O Estômago e o Baço são responsáveis pela digestão, sendo considerados e tratados em conjunto. O Ki dos alimentos é à base do sangue e do Ki do corpo, por isso é importante fortalecer os dois órgãos em qualquer doença crônica.
O Estômago sofre mais com a secura e o calor. Ele “gosta” de umidade. Se seus fluidos estiverem deficitários, a digestão será afetada. A boca fica seca e os lábios ressecam. O Estômago direciona o Ki para baixo. Perturbado, o Ki flui para cima e causa náusea, vômitos ou dor de cabeça.
Sinais patológicos: Hipertermia e transpiração, sangramento nasal, borbulhas nos lábios, boca entortada, cefaléia, garganta inchada e dolorosa, pescoço inchado, convulsões de pavor, manias, região epigástrica inchada, gases intestinais, dores ou dificuldades nos movimentos na virilha e na parte antero-lateral da perna, do dorso do pé e do 3º artelho.
Trajeto: Começa na pálpebra inferior entre o globo ocular e a borda do osso infra-orbital, na linha vertical da pupila (conforme o mapa de Juracy Cançado, começa na lateral da testa), desce a linha posterior da face até o canto da mandíbula e contorna até o meio do maxilar, mergulha para reaparecer abaixo da órbita inferior e retorna ao meio do maxilar, desce pelo lado da carótida até a clavícula, daí corre no sentido do ombro até a linha vertical do mamilo, desce verticalmente, passando sobre o mamilo até o final da caixa torácica, fechando em direção ao centro do corpo, descendo reto a 3 dedos do vaso da concepção até a virilha, se projeta pela região antero-lateral da coxa e da perna, lateralmente a tíbia, atravessa o dorso do pé e termina no ângulo ungueal lateral do 2º artelho.
Símbolo: BP
Pontos: 21
Energia: YIN
Elemento: Terra
Função: Este meridiano apresenta-se acoplado ao meridiano do Estômago. Recebe a energia do meridiano do Estômago e transmite-a ao meridiano do Coração. Comanda o Baço com sua função reguladora sobre o sangue e o pâncreas com sua função reguladora sobre as reservas de glicogênio. Atua sobre o aparelho genital, hormônios sexuais, indisposição geral e desequilíbrios energéticos da parte central do corpo. Relaciona-se com o desenvolvimento mental e intelectual.
Filtra traumas, choque emocional, ciúmes. As funções principais do Baço são transformar e transportar. Ele transforma o alimento e transmite o Ki nutriente para órgãos, músculos e membros; também para o Coração e os Pulmões, como base para o Ki e para o sangue. O seu Yang Ki, quente, também transforma os fluidos do corpo. O Baço gosta de secura e detesta umidade. Alimentos frios ou bebidas geladas em excesso podem enfraquecê-lo. Os sintomas são falta de apetite e má digestão, cansaço, musculatura fraca, membros pesados, intestinos desarranjados ou diarréia e inchaço do abdômen.
O Ki do Baço também “estanca o sangue”, impedindo a hemorragia, e “segura” os órgãos. Hematomas, varizes e todas as formas de prolapsos (saída de um órgão, ou de parte dele, do local) são sintomas de fraqueza do baço.
Sinais patológicos: Língua rígida, vômitos após refeições, numerosos arrotos, fraqueza física, sensação de corpo pesado, dificuldades para engolir, abdômen inchado e dolorido, diarréia, icterícia, sensação de frio na parte interna do membro inferior e dores ao mover o artelho grosso.
Trajeto: Começa no ângulo ungueal interno do dedão, corre pela face interna do pé, passa pela frente do maléolo interno e sobe a perna pela borda posterior da tíbia, continua pela coxa até a virilha, sobe pelo abdômen no sentido da axila onde desce para o centro da lateral do tronco, terminando um pouco abaixo da linha horizontal do mamilo.
Símbolo: C
Pontos: 9
Energia: YIN
Elemento: Fogo
Função: Este meridiano é de natureza Yin, apresenta-se acoplado ao meridiano do Intestino Delgado, que é Yang. Recebe energia do meridiano do Baço-Pâncreas. Comanda o órgão cardíaco e a pressão sanguínea. Atua sobre a energia psíquica e os distúrbios do coração. Relaciona-se com o riso e o prazer.
Filtra angústia, mágoa, amargura.
A força de nossa constituição depende do Coração e dos Rins. Por isso, desordens no Coração podem resultar em fraqueza, cansaço ou letargia (sonolência) e, às vezes, tonturas e palpitações. A relação íntima entre o sangue e o Ki significa que os Pulmões podem ser afetados também, resultando em falta de ar. O Coração pertence ao elemento fogo, impulsiona o sangue e abriga a mente. O meridiano abre para a língua e controla o suor. As desarmonias do Coração geralmente se caracterizam por desordens da circulação, tais como peito dolorido ou congestionado e sensação de calor ou frio extremo, principalmente nas mãos.
Um desequilíbrio neste órgão pode causar distúrbios mentais ou emocionais como inquietação, insônia, sonhos perturbadores, nervosismo, irritabilidade e ansiedade. Um suor anormal às vezes acompanha estes sintomas. A coloração do rosto reflete o estado da circulação e, portanto, do coração. Uma compleição pálida, sem vida, indica fraqueza no Ki do Coração ou no sangue; já uma compleição vermelha parece indicar que o calor está afetando o coração.
As desarmonias do Coração se fazem visíveis na língua, produzindo dificuldade na fala, como gagueira. Muitas pessoas efusivas (que expressam sentimentos íntimos), falantes compulsivas, podem estar manifestando um desequilíbrio no Coração.
Sinais patológicos: Dores torácicas, dores no coração, garganta seca, sede, conjuntivas amarelas, dores na linha interna da face palmar do braço, calor nas palmas das mãos ou mãos e pés frios.
Trajeto: Começa no oco da axila, desce pela face anterior do braço, extremidade medial, atravessa a ponta interna da dobra do cotovelo, segue reto pelo antebraço sobre a ulna, atravessa o pulso pela lateral do tendão do dedo mínimo, segue pela palma da mão para terminar no ângulo ungueal lateral do dedo mínimo.
Símbolo: ID
Pontos: 19
Energia: YANG
Elemento: Fogo
Função: Este meridiano é de natureza Yang, e se apresenta acoplado ao meridiano do Coração, que é Yin. Recebe a energia do meridiano do Coração, transmitindo-a ao meridiano da Bexiga. Comanda o Intestino Delgado e sua função é de separar o puro do impuro, absorção dos alimentos transformados no Estômago e separação das toxinas e objetos sólidos para a eliminação pelos órgãos excretores. Atua nas dores da nuca, cotovelo e inchações no rosto. Relaciona-se com as grandes depressões.
Os Intestinos Grosso e Delgado filtram a emotividade, instabilidade emocional, sensibilidade não canalizada. O Intestino Delgado recebe do Estômago alimentos e bebidas parcialmente transformados. Ele separa e absorve a parte nutritiva para o baço distribuir. Envia os dejetos sólidos para o Intestino Grosso, passando os “fluidos impuros” para a Bexiga. As funções deste órgão podem ser resumidas em receber, separar, assimilar e transformar.
O Intestino Delgado é ligado ao Coração, ajudando-o a proporcionar clareza à mente em sua capacidade de discernir e absorver boas idéias. O pensamento desordenado é um sinal de fraqueza no Intestino Delgado.
Ele compartilha com a Bexiga a função de separar e transformar os fluidos. Ambos os órgãos estão localizados na região inferior do corpo, controlada pelos Rins. Devido às conexões da Bexiga, o trabalho sobre o meridiano do Intestino Delgado ajuda a aliviar dores de cabeça, na coluna e na parte inferior das costas. Urina constante ou sem freqüência, acompanhada de ardor, pode ser tratada, trabalhando-se com estes três meridianos.
Os sintomas do meridiano do Intestino Delgado são dores e rigidez no pulso, cotovelo, escápula e pescoço; dor de ouvido; irritação nos olhos.
Sinais patológicos: Surdez, conjuntivas amarelas, garganta dolorida, inchaço doloroso na região submandibular e no pescoço, torcicolo, dores na linha interna da face dorsal do braço e da escápula.
Trajeto: começa no ângulo ungueal medial do dedo mínimo, segue pela extremidade medial do dedo e da mão, sobe pelo dorso do antebraço sobre a ulna passando por trás do cotovelo, continua pelo braço e por trás do ombro fazendo um ziguezague horizontalmente sobre a escápula, subindo pela lateral posterior do pescoço, entra diagonalmente na face até a maçã do rosto, retrocede ata a articulação da mandíbula na frente do ouvido onde termina.
Símbolo: B
Pontos: 67
Energia: YANG;
Elemento: Água
Função: Este meridiano recebe a energia do meridiano do Intestino Delgado e a transmite ao meridiano dos Rins. Sua natureza é Yang, apresentando-se acoplado ao meridiano dos Rins que é Yin. Comanda a Bexiga e a função equilibradora e eliminadora dos Rins. Atua nos problemas da parte posterior do corpo, principalmente costas e nádegas. Relaciona-se com o temor, agindo sobre o psiquismo eliminando emoções negativas e regulando as inconsistências de caráter causadas por doenças crônicas.
Filtra a tensão nervosa, tensão contínua ligada ao medo, ao temor de qualquer espécie, a inquietação. A Bexiga transforma os fluidos em urina, depois eliminada, ajudando os Rins a regular a água. Mas o meridiano da Bexiga tem uma influência maior. Ele é um aspecto do Rim Yang, que ajuda na defesa do organismo e apóia os outros órgãos através dos pontos associados.
Os Rins “nutrem o cérebro e o cordão da espinha dorsal”. O meridiano da Bexiga se liga com o cérebro e ajuda a integrar a inteligência às funções do sistema nervoso. Desequilíbrio na Bexiga pode causar ciúme, desconfiança, obsessões, inquietação e nervos à flor da pele.
Sinais patológicos: Nuca rígida e dolorida, hemorróidas, malária, loucura agitada (mania), loucura calma (depressiva), conjuntivas amarelas, lacrimejamentos, dores e dificuldades na movimentação dos lombos e da coluna vertebral, inchaço doloroso nos globos oculares, rinorréia (fluxo de mucosidade pelo nariz), epistaxe (hemorragia nasal), hemiplegia, dores ou dificuldades em mover a cavidade poplítea, o músculo gastrocnêmio e o 5º artelho.
Trajeto: Começa acima do canto interno do olho, corre pelo alto da cabeça a 1 dedo lateral do vaso governador, continua pela região cervical até o dorso, na altura da 1ª vértebra torácica, abre e corre paralelamente a 3 dedos da coluna até o cóccix formando um “N” para dentro, mergulha e reaparece à altura da 1ª vértebra torácica a 6 dedos da coluna formando uma segunda paralela que continua pelo centro das nádegas prosseguindo por tas das coxas, passando pelo meio da dobra do joelho, continua pelo centro da batata da perna passando entre o maléolo externo e o tendão calcâneo, corre pela lateral externa do pé até o ângulo ungueal lateral do 5º artelho.
Símbolo: R
Pontos: 27
Energia: YIN
Elemento: Água
Função: Sendo Yin, este meridiano se apresenta acoplado ao meridiano da Bexiga, Yang, de quem recebe a energia que, posteriormente, transmite ao meridiano da Circulação e Sexualidade (Pericárdio). Comanda a ação filtro-excretória e secretória dos Rins e as glândulas supra-renais. Atua no sistema endócrino, assimilação renal, na audição, ossos e cabelos. Relaciona-se com a vontade, a segurança, e com a energia sexual e problemas genitais.
Filtra a ansiedade temerosa, medo, pavor. Os Rins são à base de nossa força estrutural, além de controlarem a energia e as substâncias no corpo. O Rim Yin armazena a essência, a base do crescimento físico, do desenvolvimento e da maturidade. Ele forma o “tutano” para o cérebro e o cordão espinal, além do tutano para os ossos.
O Rim Yang é o “poder de transformação” do corpo e apóia as funções de todos os outros órgãos.
Os sintomas dos rins se caracterizam por fraqueza e depleção; e incluem problemas urinários e sexuais, dores nas costas, memória fraca, tontura, perda da audição, zumbido no ouvido e perda de cabelos.
Sinais patológicos: Respiração curta, polipnéia (respiração rápida e superficial), tosse com escarro e sangue, vertigens, ofuscação da vista, perturbações cardíacas, facilmente amedrontado, boca e lingua secas, garganta seca, inchada e dolorida, sensações de peito acalorado, oprimido e dolorido, icterícia, diarréia, costas e lombos dolorosos, membros inferiores sem força, calor na sola dos pés ou pés frios.
Trajeto: Começa na cavidade plantar quando da flexão dos artelhos e sobe pelo meio da face interna do pé, contorna o maléolo interno pela frente, sobe pela face posterior interna da perna, continua subindo pela coxa e entra no abdômen a 1 dedo lateral do Vaso da Concepção, sobe verticalmente até o plexo solar e entra no peito entre o vaso da concepção e a linha vertical do mamilo até abaixo da ponta interna da clavícula onde termina.
Símbolo: CS
Pontos: 9
Energia: YIN
Elemento: Fogo
Função: O meridiano da Circulação e Sexualidade é Yin. Recebe energia do meridiano dos Rins, transmitindo-a ao meridiano do Triplo-Aquecedor Yang, ao qual está acoplado. Em relação aos elementos, este meridiano é de fogo, de Yin no período de outono e inverno, e de água durante a primavera e verão.
Representa uma função reguladora combinada da massa humoral (fluidos) e a reprodução. Atua sobre o Coração e os órgãos sexuais. Relaciona-se com a totalidade da massa circulante com seu conteúdo humoral, hormonal e imunológico.
Não representa órgão algum. Tem uma função reguladora que influi sobre o coração, a circulação e órgãos sexuais. O Pericárdio é descrito como sendo o “embaixador” do coração, proporcionando alegria e felicidade, ajudando-nos a expressar os sentimentos e protegendo o coração da dor emocional, quando um relacionamento se torna estressante. Para conseguir isso, o meridiano da Circulação e Sexualidade acalma a mente e equilibra as emoções, principalmente quando existem problemas de relacionamento e separações (dor no coração e coração partido).
Como o Coração pertence ao elemento fogo, ele é vulnerável ao calor extra. A função do Pericárdio como “protetor do coração” estende-se à absorção do calor para proteger o órgão de ataques de febre. A maioria dos pontos neste meridiano reduz o calor associado a desordens cardíacas e sanguíneas, sendo que os últimos três usados especificamente para febre alta, seguida de muita sede, delírio, alucinação e inquietação, ou insolação.
O meridiano da Circulação e Sexualidade tem grande influência no tórax. Alivia rigidez, peito congestionado, dor causada por stress emocional, indigestão (azia) ou excesso de fleuma (Frieza de ânimo; serenidade, impassibilidade).
Os clássicos antigos geralmente se referiam a cinco órgãos Yin e a seis órgãos Yang. O Pericárdio era visto como o protetor do Coração e não como órgão em si. Alguns pontos no meridiano da Circulação e Sexualidade (Pericárdio) eram originalmente atribuídos ao Coração. Porém, a teoria dos doze meridianos acabou por exigir uma simetria que colocou o meridiano da Circulação e Sexualidade como par do meridiano do Triplo Aquecedor. A relação dos dois, no entanto, não é íntima e eles são caracterizados sob o elemento fogo por razões diferentes.
Sinais patológicos: Palpitações, sensação de excesso de calor, de opressão torácica, intumescimento doloroso do peito, dores cardíacas, desregramento menstrual, espasmos nos membros superiores, palmas das mãos quentes, axilas inchadas, rosto vermelho, conjuntivas amarelas.
Trajeto: Começa a 1 dedo lateral ao mamilo, sobe até o ombro e desce entre os meridianos do Pulmão e Coração, cortando a dobra do cotovelo medialmente ao tendão do bíceps, continua pelo antebraço entre os ossos rádio e ulna, cruza o pulso e segue pelo centro da palma da mão terminando no ângulo ungueal lateral do dedo médio.
Símbolo: TA
Pontos: 23
Energia: YANG
Elemento: Fogo
Função: Este meridiano é de natureza Yang, e vem acoplado ao meridiano da Circulação e Sexualidade de Yin, que lhe fornece energia transmitindo-a ao meridiano da Vesícula Biliar. Representa uma função reguladora do equilíbrio térmico do metabolismo. Atua sobre o sistema linfático. Relaciona-se à circulação cárdio-respiratória, digestiva e genito-urinária.
O Triplo Aquecedor transforma e regula os fluidos do corpo. Além disso, ele dá assistência aos Rins; por isso, o tratamento pode impulsionar o Ki no interior do corpo, principalmente na região inferior. Pode ajudar também em casos de inchaço ou desconforto abdominal, às vezes com dificuldade urinária ou prisão de ventre. Este meridiano é útil em caso de fraqueza combinada com a incapacidade de estabilizar a temperatura do corpo e suscetibilidade a infecções e febre. Porém, ele geralmente funciona melhor no tratamento de desequilíbrios dos três aquecedores, trabalhando os meridianos dos órgãos relevantes de cada região.
Sinais patológicos: Surdez, garganta inchada e dolorida, dores nas maçãs do rosto e retroauriculares, dores na escápula e na face externa do braço, embaraço na mobilidade do anular, transpiração. Os sintomas dos meridianos Yang geralmente estão relacionados aos caminhos nas superfícies e ligadas à função de defesa do organismo contra doença aguda e influências do ambiente. O Triplo Aquecedor não é exceção. Os sintomas deste meridiano incluem irritação nos olhos, problemas auditivos sérios ou dor na parte de trás da orelha, garganta dolorida ou inflamada, e dores no braço ou no ombro. Outros sintomas são calafrios e febre, aguda ou crônica, às vezes seguida de suor espontâneo.
Trajeto: Começa no ângulo ungueal medial do anular, corre entre o 4º e o 5º metacarpianos pelo dorso da mão, prossegue pelo antebraço entre o rádio e a ulna, passa por trás do cotovelo e segue sempre entre os meridianos do intestino grosso e delgado até atrás do ombro, corre horizontalmente por trás do trapézio e sobe pela lateral do pescoço, contorna a orelha por trás até a articulação da mandíbula e segue reto até a ponta externa da sobrancelha.
O Triplo Aquecedor sempre foi tema de discussão e controvérsias na medicina chinesa. Algumas obras clássicas o descreviam como sendo um órgão, assim como os outros órgãos Yang, cujo envolvimento específico era de absorver, metabolizar e eliminar fluidos; porém, sem uma localização determinada. Outros acreditavam que o triplo aquecedor era, na verdade, uma generalização da estrutura e das energias das três partes do corpo – as “três regiões” ou “aquecedores” – que incluía as funções dos órgãos pertinentes a cada região.
Porém, outra obra clássica retratava o Triplo Aquecedor como um órgão “com nome, mas sem forma” e desenvolveu uma visão mais integrada dele, como sendo a “rota do Ki”; ajudando o Ki constitucional básico de MeiMon – o “Portal da Vida” em Hara – para outros órgãos.
O Triplo Aquecedor extra o Ki do ar e dos alimentos, e ajuda no controle dos fluidos do corpo, bem como na eliminação de dejetos. Ele apóia os Pulmões, o Baço e os Rins nas regiões superior, média e inferior, respectivamente. De maneira semelhante, ele transmite o Ki armazenado para os doze meridianos quando estes se encontram em depleção (diminuição da quantidade de fluidos do organismo), suprindo energia à defesa do organismo em momentos de doença e stress.
O “Classic of Difficulties” descreve o centro Hara, ou Tanden, como o foco central do “Ki que se move entre os rins”. Segundo o modelo “rota do Ki” do triplo aquecedor, ele ativa as transformações nos três “aquecedores” e nutre todos os órgãos e seus meridianos simbolicamente pela seta (conforme ilustração acima).
Algumas interpretações do modelo de “Regiões Corporais” do Triplo Aquecedor descrevem o Fígado como sendo parte do Baixo Aquecedor, devido à sua forte influência em mover o Ki e sangue nesta área. O Fígado tem tanto efeito sobre os órgãos reprodutivos quanto os Rins. Fisicamente, porém, ele está na região mediana.
Considere o Triplo Aquecedor como sendo estrutura básica para a compreensão da fisiologia humana, segundo a tradição chinesa. Lembre-se das funções gerais e específicas de todos os órgãos, e de suas funções interligadas e correlacionadas como parte de um sistema harmonioso. A compreensão desta síntese poderá ajuda-lo a interpretar os sintomas e tratar das pessoas de maneira mais eficaz.
Símbolo: VB
Pontos: 44
Energia: YANG
Elemento: Madeira
Função: Este meridiano é de natureza Yang, acoplado ao meridiano do Fígado, que é Yin. Recebe energia do meridiano do Triplo Aquecedor, transmitindo-a ao meridiano do Fígado. Comanda a função biliar total. tanto intra como extra-hepática. Atua principalmente sobre os hipocondríacos. Relaciona-se com todas as doenças psicossomáticas.
Filtra a indecisão. A Vesícula Biliar armazena e secreta a bile, que ajuda a digestão, principalmente a digestão de gorduras. As pessoas cuja função da Vesícula é fraca têm dificuldade para digerir alimentos gordurosos. Tal fato coincide com a visão médica ocidental. A estagnação do Ki ou de calor na Vesícula pode causar dor sob as costelas, náusea e vômitos, gosto amargo na boca e uma coloração amarela nos olhos.
A Vesícula Biliar influencia as laterais do corpo; um bloqueio ou desequilíbrio em seu meridiano manifesta-se como dor nas têmporas, dor nos olhos e ouvidos, dor ou inflexibilidade na mandíbula, nos ombros, costelas, quadris e juntas dos joelhos e tornozelo.
Sinais patológicos: Frio e calor alternados, boca amarga, suspiros freqüentes, dores nos flancos, dores hemicranianas, malária, calores ou embaraços na mobilidade da coxa, do joelho, da face externa da panturrilha e do 4º artelho.
Trajeto: Começa na ponta externa do olho, vai até a base da articulação da mandíbula, sobe até a fronte e retorna em direção a orelha contornando-a por trás, porém acima da linha do cabelo até a depressão póstero-inferior do osso mastóideo, retorna numa 2ª meia lua até o meio da testa, na linha vertical do olho, retorna mais uma vez pelo alto da lateral da cabeça, formando uma 3ª meia lua, descendo através do occipital pelo lado da nuca, passa pelo ponto mais alto do trapézio, contorna o ombro pela frente até abaixo do centro da axila, faz um ziguezague pelo meio da lateral do tronco até o quadril, desce pelo meio da lateral da coxa até a cabeça da fíbula, continua pela perna sempre entre os meridianos do Estômago e Bexiga, passa à frente do maléolo externo e desce pelo dorso do pé até o ângulo ungueal lateral do 4º artelho.
Símbolo: F
Pontos: 14
Energia: YIN
Elemento: Madeira
Função: Este meridiano é de natureza Yin, acoplado ao meridiano da Vesícula Biliar, que é Yang. Recebe energia do meridiano da Vesícula Biliar, e a transmite ao meridiano do pulmão. Comanda as múltiplas funções do fígado, em especial as relacionadas ao metabolismo, a sexualidade, os músculos e a acuidade visual. Atua sobre moléstias das partes inferiores do corpo. Relaciona-se com a irritação e a cólera.
Filtra a raiva, ódio ou uma vontade muito grande reprimida. As duas principais funções do Fígado são armazenar o sangue e ajudar todas as funções do corpo, espalhando o Ki. O Fígado também controla os tendões e ligamentos, liberando o sangue para nutrição dos mesmos, para que as juntas e os músculos funcionem bem. Esse sangue irá nutrir os olhos, que é onde o Fígado desemboca. Durante o repouso, o sangue retorna ao Fígado.
Um bloqueio de Ki causa problemas relacionados a este órgão – dores, rigidez e irregularidade – em muitas partes do corpo. A larga influência do Ki do Fígado pode ser observada, ao se estudar o curso de seu meridiano.
O Fígado guia nosso destino; sua função é associada a planejamento e organização. Sua influência sobre os olhos não está relacionada apenas a boa visão, mas simbolicamente, ao bom senso e ao insight (perspicácia). Neste sentido, o Fígado recebe ajuda da Vesícula Biliar, que influencia o poder de decisão e julgamento. O Fígado possui a visão geral, enquanto a Vesícula se encarrega dos detalhes.
Frustrações e dificuldades podem levar a raiva, a forte emoção do Fígado. Utilizada adequadamente, ela pode superar obstáculos e conduzir a soluções criativas. As dificuldades não resolvidas, porém, bloqueiam o Ki do Fígado, o que resulta em depressão. Irritabilidade e agressão gratuita surgem toda vez que as energias do elemento madeira, naturalmente expansivas, não encontram válvula de escape e se rebelam para cima, geralmente produzindo sintomas físicos como dor de cabeça. Covardia, timidez e incapacidade de se desvencilhar de detalhes indicam fraqueza da Vesícula Biliar.
Sinais patológicos: Flancos inchados e dolorosos, sensação de plenitude no peito, vômitos, diarréia, anúria (ausência de urina na bexiga), hérnias, inchaço doloroso do escroto ou dos testículos, doenças genitais, lumbago, dores do bacinete da mulher (reservatório renal onde principiam os ureteres).
Trajeto: Começa no ângulo ungueal lateral do dedão, sobe pelo dorso do pé até o ângulo dos 1º e 2º metatarsianos, passa pela frente do maléolo interno e sobe medialmente a tíbia até atrás da cabeça do osso, segue pela parte interna da coxa, cruza a virilha e abre no sentido da ponta da 12ª costela, convergindo para o centro do corpo, terminando aproximadamente a 3 dedos abaixo do mamilo.
Cada meridiano é formado por um número determinado de pontos que transmitem a energia em sentido e ordem sempre constantes. Existem vários tipos de meridianos conforme a função que desempenham (existem 59 meridianos para conduzir o fluxo de energia pelo corpo), sendo 14 considerados importantes, sendo 12 meridianos principais (como já vimos acima) e 2 meridianos Extras. Os demais, destituídos de pontos próprios, são os Meridianos Virtuais que somente se manifestam nos estados patológicos e os Meridianos de Ligação denominados de Vasos Secundários, fazendo conexão entre os meridianos energéticos principais, formando verdadeira rede energética entre si.
Os meridianos energéticos Extras denominados Vaso da Concepção e Vaso Governador são o relê que controla a fluidez da energia vital que percorre os meridianos energéticos principais.
Em termos estruturais, o cérebro representa o Vaso Governador (Sistema Nervoso), enquanto o útero representa o Vaso da Concepção.
Os meridianos de caráter energético Yin têm como principais funções fisiológicas formar e armazenar compostos nutritivos, enquanto que os meridianos de caráter energético Yang, têm como funções essenciais receber, digerir e absorver os nutrientes, transformando-os e excretando os dejetos.
Símbolo: VG
Pontos: 28
Energia: YANG (ver a observação no trajeto deste meridiano).
Função: Tem o nome de Du-Mai, e tem duas funções principais que são:
a) Governar e regular a energia de Yang do corpo;
b) Manter a resistência do corpo.
Relaciona-se com as funções do Sistema Nervoso Central.
Sinais patológicos: Quando este meridiano apresenta algum problema, haverá espasmos e rigidez até com opistótono (espasmo que obriga o doente a curvar-se para trás, em virtude de forte contratura dos músculos dorsais). Os sintomas principais são: dor nas costas; dor de cabeça; convulsão; epilepsia; comportamento maníaco; hemorróidas; hérnia; diurese; esterilidade; medos convulsivos em crianças, doenças febris.
Trajeto: Nasce entre o ânus e a ponta do cóccix, sobe pela linha central das costas sobre a coluna vertebral, segue pelo centro da nuca, contorna a cabeça, passa entre as sobrancelhas, os olhos, centro do nariz, terminando na gengiva entre os dois dentes incisivos.
OBS: Embora este seja um meridiano Yang, observa-se que ele começa de baixo para cima, que é uma característica dos meridianos Yin. O meridiano do Vaso Governador é o primeiro meridiano a se formar no corpo humano. Ele se forma já nas primeiras 14 horas após a fecundação. Por essa razão, este meridiano tem essa característica especial. Embora ele termine seu trajeto descendo do alto da cabeça.
Símbolo: VC
Pontos: 24
Energia: YIN
Função: Tem o nome de Ren-Mai. Em chinês, “Ren” significa nascer e criar. Este meridiano liga-se a todos os meridianos de Yin. Por isso, chama-se “O mar dos meridianos Yin”. Comanda os meridianos Yin, armazenando e distribuindo energias. Relaciona-se e age sobre as funções genito-urinárias (no seu segmento que vai do ponto 1 ao umbigo), a função digestiva (do umbigo ao apêndice xifóide, no osso esterno), e a função respiratória (da base do osso esterno ao queixo).
Sinais patológicos: O desequilíbrio de energia neste meridiano se evidenciará no homem sob forma de hérnia e cólicas abdominais, e na mulher como problemas nos órgãos genitais, leucorréia (corrimento branco) e esterilidade. Além desses, há ainda outros tipos de problemas tais como: distúrbios na menstruação; impotência; epilepsia; espermatorréia (ejaculação involuntária); infecção na uretra; aborto.
Os pontos do meridiano do Vaso da Concepção são usados para tratamentos gastrintestinais, pulmonares e de garganta, e etc.
Juntamente com o Vaso Governador, este meridiano forma a chamada Pequena Circulação de Energia que desempenha um papel regulador na função da grande circulação de energia. Aqui se depositam os excessos energéticos da Grande Circulação, ou ao contrário, daqui partem os reforços nos estados de carência de energia.
Trajeto: Começa no períneo, entre o ânus e os genitais, sobe em linha reta pelo centro da parte anterior do tronco, umbigo, osso esterno, pescoço, queixo, terminando entre o lábio inferior e o queixo.
Ao longo dos meridianos encontra-se o que são chamados em japonês de “Tsubos” (buracos). Esses Tsubos de pontos servem para condensar energia e permitem o contato e a atuação sobre a energia dos meridianos de forma mais intensa. Os pontos são uma porta aberta para a recepção de estímulos externos, como pressão dos dedos, agulhas, queima de moxa e ventosas.
Como já vimos anteriormente, logo no início de nossa apostila, para visualizarmos melhor, vamos comparar este sistema com os metrôs urbanos subterrâneos. Os pontos de shiatsu são como as estações de embarque de passageiros que se ligam à superfície.
Os meridianos seriam as linhas ou trilhos por onde passa o fluxo eletromagnético, ou energia Ki. Em 1953, o Dr. Yoshio Nakatani desenvolveu um “OHMÍMETRO” sensível o bastante para ser usado como detector de pontos de acupuntura na superfície da pele. Quando analisados por fotografia microscópica, estes pontos detectados revelam a existência de terminações nervosas e de vasos sanguíneos e, não são encontrados onde o aparelho não detecta estes pontos de acupuntura.
Estes pontos, quando “doentes”, se encontram enrijecidos e sensíveis, devendo ser tratados para a melhora do quadro patológico. Conforme o desequilíbrio de polaridade no corpo que impede o livre fluxo de energia Ki, determinamos respectivamente o aspecto Kyo (vazio) ou Jitsu (plenitude) de bloqueio. Quando o Ki flui bem distribuído no corpo, este se encontra em estado de “boa saúde”, mas se aparecem desequilíbrios, logo se produzem Kyo e Jitsu em algumas partes do corpo entrando o organismo em estado patológico, para a medicina oriental.
Para a exata localização dos pontos, deve-se levar em consideração que o ponto tem superfície aproximada de 1 a 2 milímetros quadrados. Quando o ponto é sensível, a localização é mais fácil. Basta, portanto, apalpar suavemente o trajeto do meridiano até encontra-lo. Os pontos estão sempre localizados em depressões ou elevações ósseas, ou ainda em disposições musculares ou tendinosas. Também são descobertos através de unidade de medida “CUN” (distância).
O shiatsu funciona para prevenir o desequilíbrio energético. A energia fica bloqueada no corpo e é necessário facilitar o funcionamento normal do órgão. Como?
Pode-se liberar a energia pela massagem profunda ou pressão profunda. Pressione o polegar profundamente e segure no ponto. Isso é uma sedação.
Para produzir o fluxo de energia, é necessário estimular o ponto. Desta vez, aplique toques leves, várias vezes, com os dedos na superfície dos pontos. Isto é uma tonificação.
Também conhecidos por pontos de ASSENTIMENTO. Localizam-se ao longo do meridiano da bexiga, nas costas, entre os processos transversos das vértebras, de ambos os lados. Tradicionalmente temos 12 pontos Associados – cada um dos 12 meridianos principais tem o seu. Uma sensibilidade maior em um desses pontos pode ser sinal de algum desequilíbrio na energia do meridiano correspondente.
Observe que os pontos Associados apresentam uma relação anatômica com o sistema nervoso autônomo – que atua sobre – e regula o funcionamento dos órgãos do corpo humano. Os pontos Associados são classicamente utilizados para a sedação, e os pontos de Alarme, situados na parte da frente do corpo, para a tonificação. Aliás, sendo as costas de natureza Yang, e o tórax de natureza Yin, em geral, Shiatsu nas costas apresenta uma qualidade mais sedativa, e no Hara mais tonificante.
Localizam-se no tórax e no abdômen.Tornam-se espontaneamente sensíveis quando as funções dos meridianos a eles relacionados apresentam alguma alteração. Não é necessário verificar todos os pontos de Alarme – basta utilizar aqueles que sirvam para testar as observações colhidas nas formas de diagnóstico típicas do Zen Shiatsu (zonas reflexas do Hara e das costas, alongamento dos meridianos).
E25 - 2 tsu’en ao lado do umbigo. | P1 - 1,5 tsu’en abaixo do meio da clavícula. |
F13 - 2 tsu’en na extremidade da 11ª costela. | VC4 - 3 tsu’en abaixo do umbigo. |
F14 - 2 tsu’en na linha do mamilo, entre a 6ª e 7ª costela. | VC5 - 2 tsu’en abaixo do umbigo. |
VB23- 1 tsu’en abaixo da prega da axila. | VC7 - 1 tsu’en abaixo do umbigo. |
VB24- 2 tsu’en na linha do mamilo, abaixo do F14. | VC12- 4 tsu’en acima do umbigo. |
VB25- 2 tsu’en na extremidade da 12ª costela. | VC14- 2 tsu’en abaixo do apêndice xifóide. |
VC3 - 4 tsu’en abaixo do umbigo | VC15- 1 tsu’en abaixo do apêndice xifóide. |
1 tsu’en acima do púbis (borda superior) | VC17- 1 tsu’en na linha dos mamilos. |
Os chineses acreditam que a existência de energia cíclica no organismo humano produz a vida. Esta energia distribui-se harmonicamente pelos corpos, sulcando-os de forma regular.
Cada órgão do corpo, ou seja cada parte individualmente, na sua hora, recebe sua cota de energia. Para que a energia consiga esse intento, é necessário que esta disponha do homem como instrumento de ação, sendo este o meio e o fim, que atua como transformador de energia.
Não nos referimos aos órgãos mas sim sas suas projeções ao nível da pele, sendo estes chamados de meridianos, como já vimos anteriormente.
Ao longo das vinte e quatro horas que compõem o dia, temos três ciclos completos de energia ao longo do corpo. Cada ciclo recebe energia e torna-se o dono do horário por duas horas por dia.
MERIDIANO | CICLO em Horas |
PULMÃO | 03 às 05 |
INTESTINO GROSSO | 05 às 07 |
ESTÔMAGO | 07 às 09 |
BAÇO-PÂNCREAS | 09 às 11 |
CORAÇÃO | 11 às 13 |
INTESTINO DELGADO | 13 às 15 |
BEXIGA | 15 às 17 |
RINS | 17 às 19 |
CIRCULAÇÃO E SEXUALIDADE | 19 às 21 |
TRIPLO-AQUECEDOR | 21 às 23 |
VESÍCULA-BILIAR | 23 às 01 |
FÍGADO | 01 às 03 |
Originalmente na China, designa-se os cinco elementos de Wu-Hsing; sendo que Wu significa cinco e Hsing, andar. Os cinco elementos (a Madeira, o Fogo, a Terra, o Metal e a Água) são, na realidade, os cinco elementos básicos que constituem a natureza. Existe entre eles uma interdependência e uma inter-restrição que determinam seus estados de constante movimento e mutação.
A teoria dos cinco elementos ocupa um lugar importante na terapia chinesa, porque todos os fenômenos dos tecidos e órgãos, da fisiologia e da patologia do corpo humano, estão classificados e são interpretados pelas inter--relações desses elementos. Essa teoria é usada como guia na prática terapêutica.
O organismo humano é regido pelo mesmo princípio da natureza. Assim sendo, os fatores da natureza exercem certa influência nas atividades fisiológicas do ser humano. Este fato se manifesta não só na dependência como na adaptação do homem ao seu meio ambiente.
A terapia chinesa tradicional constatou essa realidade e, de acordo com ela, fez a correlação entre a fisiopatologia dos órgãos e tecidos e alguns fenômenos da natureza.
MADEIRA | FOGO | TERRA | METAL | ÁGUA | |
ÓRGÃO | Olhos | Lingua | Boca | Nariz | Ouvidos |
ÓRGÃO | F | C | BP | P | R |
VÍSCERA | VB | ID | E | IG | B |
SENTIDO | Visão | Fala | Gustação | Olfato | Audição |
TECIDO | Músculo | Vascular | Conjuntivo | Pele e Pêlos | Osso |
SECREÇÃO | Lágrima | Suor | Saliva | Catarro | Urina |
EXPRESSÃO | Grito | Riso | Canto | Pranto | Suspiro/gemido |
SENTIMENTO | Reatividade | Alegria | Reflexão | Ansiedade | Med |
PSIQUISMO | Espírito | Vitalidade | Idéias | Subconsciente | Vontade |
DIREÇÃO | Leste | Sul | Centro | Oeste | Norte |
ESTAÇÃO | Primavera | Verão | Início e fim | Outono | Inverno |
CLIMA | Vento | Calor | Umidade | Secura | Frio |
COR | Verde | Vermelho | Amarelo | Branco | Escuro |
SABOR | Azedo | Amargo | Adocicado | Picante | Salgado |
ODOR | Rançoso | Queimado | Perfumado | Cárneo | Pútrido |
CARNE | Frango | Carneiro | Boi | Cavalo | Porco |
A noção de geração envolve o processo de produzir, crescer e promover. Seguindo essa ordem, a madeira gera o Fogo, o Fogo gera a Terra, a Terra gera o Metal, o Metal gera a Água e a Água gera Madeira.
Com base nos conhecimentos gerais é fácil entender que a Madeira, por sua combustão, é capaz de gerar o Fogo, assim como promover sua intensidade.
Após a combustão da Madeira, restam as cinzas, que são incorporadas a Terra. Ao longo dos anos, a Terra, sob o efeito de grandes pressões, produz os Metais. E dos metais e rochas brotam as fontes de água. Por outro lado, a Água dá vida aos vegetais e, gerando a Madeira, fecha o ciclo da natureza. A esse tipo de relacionamento, onde cada elemento gerado dá existência a outro elemento, os antigos denominavam relação Mãe-Filho. Mãe é o elemento que gera o elemento em questão, no caso Filho. Assim, a Água é Mãe da Madeira, e esta é Filha da Água.
Outro relacionamento entre os Cinco Elementos é o da inibição que traz implícita a idéia de combate, restrição e controle.
A ordem dessa relação é que a Madeira inibe a Terra, a Terra inibe a Água, a Água inibe o Fogo, o Fogo inibe o Metal e o Metal inibe a Madeira.
Na concepção antiga sobre a natureza, o Metal tem a capacidade de cortar a Madeira, e, além disso, as rochas no solo podem impedir o crescimento da raiz das árvores (Madeira). A Madeira cresce absorvendo os nutrientes da Terra, empobrecendo-a, e as raízes das árvores, quando muito longas, perfuram e racham a Terra.
A terra , por seu lado, impede que a Água se espalhe, absorvendo-ª Que a Água possa inibir o Fogo é muito compreensível. O Fogo inibe o Metal, pois o Metal é derretido pelo Fogo.
No relacionamento de inibição, há duas facetas que apresentam também um aspecto direto e outro indireto. Por exemplo: a Madeira é inibida pelo Metal, mas ele inibe a Terra. Nesse relacionamento de inibição, entre os Cinco Elementos ainda existe inter-relacionamento direto ou indireto entre eles. Assim, pode haver uma contra-inibição, na qual o inibidor pode ser inibido.
Por exemplo, normalmente a Água é inibidora do Fogo, mas se este se apresentar intenso e a Água em poça quantidade, haverá uma inibição da Água. Todas essas relações só se objetivarão sob certas condições. Desta maneira, para gerar, há necessidade de que o elemento não se encontre em deficiência. Para inibir, é necessário que esteja numa boa condição energética.
Na terapia chinesa, a teoria dos Cinco Elementos e suas inter-relações aplicam-se à fisiopatologia das doenças.
Os órgãos do corpo humano podem ser classificados conforme os Cinco Elementos. Há mais de 2.600 anos já havia descrições precisas nesse sentido no livro do imperador amarelo. O conceito de órgão, de vísceras, assim como seus inter-relacionamentos segundo a Teoria dos Cinco Elementos, é um lado empírico da terapia chinesa.
O coração, por exemplo, é de Fogo; sua Mãe é o Fígado (Madeira) e seu Filho é o Baço-Pâncreas, que é de Terra. No caso de o Coração estar enfraquecido, devemos fortalece-lo ou então tonificar o Fígado, sua Mãe. Se o Coração está excessivamente energético, devemos diminuir a sua energia, ou a razão de ser mesmo em nossos dias. Sabemos que, em muitas situações, o Pulmão pode ajudar a função dos Rins; como no caso do controle do ácido básico do organismo.
O Fígado, ao fornecer glicose, fornece também energia vital ao trabalho do miocárdio. Os órgãos supra-renais atuam na conversão do glicogênio em glicose pelo Fígado. Assim, o Fígado inibe o Baço-Pâncreas, porque o Coração necessita de oxigênio do Pulmão que, por sua vez, necessita da energia gerada pelo Fígado. Nessas situações, o volume sanguíneo necessário ao Fígado e fornecido, em parte, pelo Baço.
Desse modo, o desequilíbrio que atinge um determinado órgão pode ter sua causa em outro órgão; da mesma forma, um desequilíbrio energético do organismo pode propagar-se ou mesmo transformar-se em outro tipo de desequilíbrio.
O estudo e a adoção da Teoria dos Cinco Elementos e das correlações entre desequilíbrios energéticos do organismo podem servir como guias seguros no tratamento e controle dos efeitos e propagação de determinados desequilíbrios para outras partes do corpo. Assim, o processo de tratamento é mais rápido e a melhora mais célere.
A palavra diagnóstico no Zen Shiatsu não é usada em referência a doenças e sintomas, ma a qualidade (Kyo ou Jitsu) da energia de cada uma dos meridianos. Não estamos, enfim, procurando enfermidades específicas, mas trabalhando com as bases da existência do cliente – seu sistema energético. Para realizarmos corretamente esse diagnóstico necessitamos não só de conhecimento, mas também de sensibilidade de percepção, intuição e muita prática.
Na terapia oriental, temos quatro métodos de diagnose:
No shiatsu, setsu-shin é o diagnóstico definitivo – o mais importante, já que está integrado à própria aplicação da técnica. As principais formas setsu-shin no Zen Shiatsu são o diagnóstico-terapia da área abdominal, ou Hara (Ampuku) e o diagnóstico dos meridianos (através de toques e alongamentos).
No shiatsu, diagnóstico e tratamento se confundem – são uma coisa só. Quando pressionamos determinada área no Hara, por exemplo, a estamos tratando e diagnosticando ao mesmo tempo.
Tratamento é diagnose, diagnose é tratamento. Na verdade, o diagnóstico consiste na observação criteriosa do cliente durante a aplicação da técnica. Como determinada área reage a pressão, seu grau de rigidez, de sensibilidade, se o corpo se contrai com o toque, o cheiro que exala, etc. – tudo é analisado dentro de um contexto. O diagnóstico então se aprofunda enquanto vamos trabalhando e respondendo às necessidades do corpo do cliente.
A importância do Hara é bem definida por Toudou Yoshimasu, mestre em medicina oriental: “Hara é a fonte de energia Ki. Todas as doenças provêm dessa área. Daí, tudo pode ser percebido através da diagnose do Hara”.
No Ampuku (diagnóstico-terapia do Hara), as pressões utilizadas têm características comuns às normalmente empregadas no Zen Shiatsu – são firme, contínuas, suaves e profundas. Através desse tipo de pressão, qualquer dor existente gradualmente diminuirá e cessará. Dessa forma se realiza a função terapêutica do toque (dispersão da dor) e podemos sentir com maior clareza as condições de área trabalhada.
Utilizamos as duas mãos. A palma de uma (a da mão base, ou “mãe”) dá o suporte para o trabalho da outra (mão “livre”). A mão “mãe” mantém o cliente relaxado e nos permite sentir as reações provocadas pelas pressões exercidas pela mão “livre”. Qualquer desconforto ou dor ocasionada por uma determinada pressão provocará uma contração na região do Hara – uma tentativa automática do corpo de se “fechar” para se proteger da intrusão incômoda. Essa contração é facilmente sentida pela mão “mãe”.
Já a mão “livre” utiliza a polpa dos três dedos (indicador, médio e anular), que juntos exercem uma pressão de cerca de 5 segundos para cada área – ou mais, dependendo de seu estado. Essas áreas refletem o estado dos meridianos. Pelas condições de determinada da área podemos concluir se a energia do meridiano correspondente está Kio, Jitsu ou equilibrada.
Kio é a condição de carência de energia, Jitsu a de excesso. Quando a pessoa está saudável, a energia flui livremente pelos seus meridianos. Qualquer desequilíbrio, por menor que seja (uma noite mal dormida, comida imprópria, uma discussão) nos afeta em nossa totalidade – corpo, mente, sistema energético. O sistema energético representa a essência de nossa existência. Nele os desequilíbrios se manifestam sob a forma de estagnações de energia nos meridianos. Nessas estagnações, alguns meridianos se encontram “sobrecarregados” (Jitsu) e outros “esvaziados”, com pouca energia (Kio).
Para os japoneses, o Hara, ou abdômen, significa muito mais do que apenas uma área do corpo. Os japoneses acreditam que o espírito vital reside no Hara, mais especificamente num ponto um pouco abaixo (a largura da mão) do umbigo, conhecido como “Tan-Den”. No Japão, Hara descreve a qualidade de energia de uma pessoa – você pode ter um “bom Hara” ou um “mau Hara”, e matar-se é matar o Hara – “Hara kiri”. O shiatsu aplicado ao Hara, chamado Ampuku, é uma arte curativa muito antiga – muito mais do que o próprio shiatsu, e exige anos de treinamento. Para um terapeuta experiente de Ampuku, é possível tratar e melhorar doenças graves trabalhando apenas o Hara. É no Hara que ocorrem todos os processos vitais dos sistemas de sustentação do corpo, e onde pode ser contatada cada uma das funções dos meridianos.
Porque, como o pé na reflexologia, o Hara pode ser mapeado em zonas reflexas, que refletem o estado de todas as funções do corpo. Assim, seu trabalho no Hara é parte essencial do tratamento e, com a aquisição de experiência, pode tornar-se uma ajuda valiosa ao diagnóstico. Teoricamente, o Hara deve estar macio e relaxado acima do umbigo, e cheio e firme abaixo dele; mas, na prática, o Hara do homem ocidental médio é bem o contrário. Vida sedentária, maus hábitos alimentares e falta de atenção à respiração e à postura, contribuem para condições universalmente debilitadas no Hara inferior e no Tan-Den, enquanto o stress mental e emocional leva à tensão do diafragma, e assim a um Hara superior igualmente enrijecido.
Embora você não seja ainda capaz de diagnosticar essas condições pelo tato, pode, entretanto, assumir que o Hara inferior está fraco, trabalhando primeiramente no seu fortalecimento com uma pressão intensa, gradual e tonificante antes de prosseguir para o Hara superior. Essa parte deve ter relaxado durante seu trabalho na deficiência nas regiões inferiores, e você será capaz de aplicar uma pressão mais forte. Quando o Ampuku é feito de forma adequada e cuidadosa, constitui-se a experiência mais relaxante e confortante que se pode imaginar, beneficiando e equilibrando todas as funções físicas. O Ampuku é bom em especial para os problemas abdominais e, acima de tudo, para as costas. Se seu cliente está sofrendo de alguma dor nas costas, trabalhe completamente o Hara, sobretudo na área reflexa para o meridiano da Bexiga, antes de trabalhar nas próprias costas. Embora essa informação ser uma grande verdade, verificamos em nossos atendimentos no CECTH, que também conseguimos ótimos resultados trabalhando nas costas primeiro, e depois no abdômen.
O exame físico é semelhante ao que se faz na medicina moderna. No entanto, a pulsologia difere do exame físico convencional.
A mão do cliente deve estar com a palma virada para cima em semi-extensão, em repouso, sobre a mão do terapeuta. O terapeuta usará os três dedos (indicador, médio e anular) da mão direita para apalpar (examinar) o pulso (radial) da mão esquerda do cliente, e usará os mesmos três dedos da mão esquerda para examinar o pulso da mão direita do cliente. O dedo médio deve apalpar a artéria radial na linha da protuberância do processo estilóide. O dedo indicador deve ser colocado distalmente ao dedo médio, apalpando a artéria ao nível da prega do punho, enquanto o dedo anular sente a artéria proximalmente ao dedo médio, cerca de 1 a 2 cm acima, de forma que a distância entre o dedo indicador e o anular seja aproximadamente 1,9 polegada (1 polegada é igual a distância interfalangeana distal e medial do dedo médio do cliente). Quanto à nomenclatura, a onda do pulso apalpado sob o dedo indicador é a onda Tsu’en. A onda do pulso sob o dedo médio é o Quan e, sob o anular, é o Tshien (tabela 1).
A força com que se apalpa o pulso poderá ter diferentes intensidades, isto é: leve, forte ou intermediária. Cada uma delas revelará determinados detalhes sobre o estado dos meridianos examinados, através das ondas de pulsação.
Baseados na observação milenar da medicina chinesa sabemos que cada pulso tomado possui características próprias e se relaciona com determinado meridiano.
Devido a divergências de opinião quanto à correlação pulso-meridiano, surgiram, ao longo dos anos, diferentes teorias sobre o assunto. No entanto, a maioria dos especialistas em pulsologia concorda quanto o seguinte:
LOCALIZAÇÃO | PULSO | MERIDIANO |
ESQUERDO | Tsu’em | C, CS, IG |
Quan | F, VB | |
Tshi | R, B | |
DIREITO | Tsu’en | P, IG |
Quan | BP, E | |
Tshi | R (supra-renal)*, Min-Men**(resistência) |
* Supra-renal: corresponde ao sistema endócrino.
** Min-Men: indica a resistência do organismo.
O pulso forma-se pelo fluxo sanguíneo ejetado a cada sístole ventricular do coração. Ele se produz quando esse fluxo passa com velocidade no interior da artéria dilatando suas paredes. De acordo com a velocidade, ritmo, intensidade e características ondulatórias desses fluxos sanguíneos definem-se os diferentes tipos de pulso.
São considerados pulsos regulares os que apresentam intensidade e velocidade moderada, características nem muito duras nem muito moles, e podem variar conforme a faixa etária e as alterações climáticas.
Em relação à velocidade, o pulso pode ser lento ou rápido. Quanto ao ritmo, rítmico ou arrítmico. Os pulsos rítmicos podem ainda ser regulares ou alternantes. Quanto à intensidade, fortes ou fracos. Quanto à amplitude, superficiais ou profundos. Quanto ao aspecto ondulatório, largos ou finos, duros ou moles.
Com base no que foi exposto, podemos destacar dezesseis tipos de pulsos:
CLASSE | TIPO | ASPECTO ONDULATÓRIO | SIGNIFICADO |
| Superficial | Palpando-se levemente o pulso já se evidencia com nitidez a onda, como se estivesse na pele. | Doença externa, síndrome superficial |
| Largo | O pulso é cheio e forte, amplo, com início cheio, mas desaparece no fim. | Excesso de Yang e muito calor. |
SUPERFICIAL | Suave | É superficial e mole, suave e fino. | Síndrome de deficiência a umidade. |
| |||
| Corda | Retilíneo e forte. A onda no pulso bate no dedo como uma corda de violão. | Doença do Fígado, hipertensão e algias, malária. |
|
| Não se evidencia com o apalpar superficial ou moderado, mas é nítido quando se apalpa mais intensa e profundamente. | Síndrome profunda ou má circulação de energia. |
PROFUNDO | Profundo | ||
| Lento | Se houver três pulsos ou menos durante um ciclo respiratório do terapeuta. | Síndrome do frio e deficiência de energia. |
| Moderado | Em torno de quatro pulsos numa respiração; intensidade e profundidade moderadas. | Normal ou síndrome da umidade. |
LENTO | Irregular | É fino, lento e curto, como se o sangue tivesse dificuldade de passar pelo local. | Exaustão, má circulação de energia e/ou sanguínea. |
| Arrítmico | Há ausência ou variações de pulso sem uma ordem fixa. | Excesso de Yin. Distúrbios cardíacos. |
| Rápido | Há entre seis a sete pulsos numa respiração. | Síndrome do calor e febre. |
RÁPIDO | Aquecido | Pulso rápido, porém com ausência de pulso entre um e outro. | Excesso de Yang, úmido e quente, dor local. |
| Apertado | Pulso forte, com uma corda tensa. | Síndrome do frio e dor. |
| Fraco | Apalpando-se moderadamente ou com força, sente-se a ausência de força no pulso. | Síndrome de deficiência de energia e de Yang. |
DEFICIÊNCIA | Fino | O pulso é fino como um fio. | Síndrome de deficiência Yin e do sistema sanguíneo. |
| Forte | Sente-se o pulso forte e cheio em todos os tipos de apalpação. | Síndrome de excesso energético. |
FORTE | Liso | O pulso é liso como se escorregasse. O fluxo também é maior. | Abundância de secreção, expectoração, edema, gravidez. |
O detalhado exame do órgão torna mais precisas à descoberta e o tratamento de enfermidades. Se na sua primeira consulta com um acupunturista ele pedir para você mostrar a língua, não estranhe nem pense que é coisa para criança. Esse exame é fundamental no diagnóstico da medicina tradicional chinesa. Por ser o único órgão interno que pode ser visualizado, a língua mostra o que acontece dentro do corpo.
A língua está relacionada a muitos canais de energia do corpo, chamados meridianos. “Por isso, ela reflete o funcionamento de diversos órgãos”. Cada característica, como tamanho, cor, rachaduras, saburra (líquido branco) e pregas nas bordas, corresponde a uma deficiência do organismo. As regiões da língua onde essas alterações aparecem também informam qual o órgão afetado.
“A ponta da língua está relacionada ao coração; o centro, ao baço e ao estômago; as laterais, ao fígado; à parte junto à garganta, aos rins”. A língua dificilmente demonstra sintomas falsos. “O exame da língua é um ótimo instrumento para confirmar um diagnóstico”.
A correta avaliação do organismo pelo exame da língua depende, porém, de outros fatores. “Ele não substitui a anamnese (histórico do paciente) nem os outros exames físicos”.
A medição do pulso é muito usada no diagnóstico da medicina chinesa e qualquer alteração no organismo interfere na pulsação da artéria radial (do punho).
Por isso, o acupunturista mede o pulso antes, durante e após a aplicação das agulhas. Assim, fica sabendo o que deve ser estimulado, se as agulhas foram bem aplicadas e se o cliente vai melhorar. “O pulso mostra o que está acontecendo e o que vai acontecer”.
Existem 16 tipos de pulsação, como forte, fraca, sinuosa ou larga. A medição é feita em três regiões diferentes. Como na língua, cada uma representa uma parte do corpo. “Com o exame do pulso, é possível fazer um tratamento localizado. Saber exatamente a área de uma disfunção. Demonstra até se uma infecção ataca o pulmão direito ou o esquerdo”.
O diagnóstico da qualidade energética dos meridianos deve ser feito considerando o corpo de uma forma ampla. No Zen Shiatsu, para chegarmos a uma conclusão precisamos observar o corpo todo, colher dados das diversas maneiras de diagnose que temos a nossa disposição e confrontar os resultados de nossas observações.
Comparando o mapa das zonas reflexas do Hara com as ilustrações dos sistemas digestivo, urinário e circulatório, notamos que certas zonas reflexas apresentam uma vinculação anatômica mais aparente do que outras. No Zen Shiatsu trabalhamos o Hara baseados nas zonas reflexas. No entanto, devemos estar conscientes da disposição anatômica dos órgãos na cavidade abdominal. Essa consciência aprimora e enriquece nosso diagnóstico.
Além do Hara e dos alongamentos dos meridianos, a observação das zonas reflexas das costas é particularmente importante no processo de diagnose. Podemos também conferir nossas conclusões verificando o estado de certos “Tsubos” no corpo – em especial os pontos Associados e os pontos de Alarme.
Essas áreas reflexas se baseiam largamente na disposição anatômica dos órgãos. Seu conhecimento nos permite relacionar aos meridianos e funções orgânicas, regiões tensas ou sensíveis que venhamos a localizar nas costas durante a aplicação do Shiatsu. São especialmente úteis na prática do Zen Shiatsu – onde utilizamos o “calcanhar” das mãos, trabalhando mais com áreas do que com pontos.
Desvios, tensões ou calombos localizados ao longo da coluna podem ter relação com um mau funcionamento do órgão correspondente a área afetada. Uma maneira simples de observá-la é correr os dedos ao longo de toda sua extensão, exercendo suave pressão. Utilizamos os dedos indicador e médio, um de cada lado da coluna, num movimento contínuo de cima para baixo – e ficamos atentos a qualquer irregularidade.
Precisamos aprender a ordem da coluna vertebral. A partir do crânio, encontramos sete vértebras cervicais. Como duas permanecem dentro do crânio, podemos localizar apenas cinco. Em seguida, encontramos o segundo grupo de vértebras, as dorsais, que são em número de doze. Depois vem o terceiro grupo, as chamadas do sacro, que estão soldadas entre si e, portanto, fixas. Nessas últimas vértebras, encontramos oito furos, que também são utilizados para a aplicação de acupuntura e como referência para a localização de alguns pontos. Finalmente, temos as vértebras do cóccix. Também se faz aplicação de moxa na 5ª vértebra do cóccix, para casos especiais.
Não sendo nosso corpo transparente, encontraremos dificuldades para a localização desses ossos e vértebras. Primeiramente precisamos localizar a última vértebra cervical, a C7, também chamada de grande vértebra cervical ou proeminente. Quando inclinamos a cabeça para frente, essa vértebra salienta-se entre as demais. Logo depois da C7, começam as vértebras dorsais. Se usarmos o método de contagem das vértebras, uma por uma, isso pode resultar em confusão, além de ser demorado.. Por isso, temos que aprender uma maneira mais prática, precisa e rápida de localizar os pontos.
Ao longo da coluna vertebral, podemos determinar quatro vértebras fundamentais, que servirão de base para a localização de todos os pontos. A primeira vértebra fundamental é a 7ª vértebra cervical, a C7 (fig.IA), que já vimos como localizá-la.
A segunda vértebra fundamental é a dorsal. Para determina-la, traçamos uma linha horizontal, ligando as duas partes inferiores e mais salientes da escápula. No ponto de cruzamento dessa linha com a coluna, encontramos a 7ª vértebra torácica ou dorsal, a T7 ou D7 (fig.IB).
A terceira vértebra fundamental é a 1ª lombar. Traçando uma linha horizontal e ligando as duas pontas das duas últimas costelas, encontramos justamente a 1ª vértebra lombar, bem no meio do cruzamento dessa linha horizontal com a coluna, a L1 (fig.IC).
Com esse mesmo procedimento, podemos determinar a quarta vértebra fundamental que é a 4ª vértebra lombar. Ligando com uma linha horizontal as duas partes superiores mais salientes do osso ilíaco, encontramos a 4ª vértebra lombar, bem no centro do cruzamento dessa linha com a coluna, a L4 (fig. ID).
Vemos assim que se tornou fácil a localização dos pontos através da coluna vertebral, tendo como base a localização dessas quatro vértebras fundamentais. É preciso treinamento para a localização dessas vértebras.
Para muitas pessoas, essa é a parte mais calmante e relaxante do tratamento. Todos nós temos uma tendência de “viver dentro de nossas cabeças”, acumulando demasiada energia e tensão; assim, há tantos meridianos que começam e terminam na face que facilmente podem ocorrer bloqueios, resultando na formação de linhas de expressão, manchas ou rugas, além de outros problemas mais sérios. O shiatsu aplicado a essa área remove qualquer obstrução e aumenta o aporte de Ki, desse modo liberando as tensões e, como feliz efeito colateral, embelezando o parceiro. Como o falecido Mestre de shiatsu Shizuto Masunaga declarou em seu inglês inimitável: “Shiatsu na face não é apenas bom para alma, mas traz muita beleza!”.
Os meridianos que começam na cabeça e na face são:
Os meridianos que terminam nessas regiões são:
Se seu cliente sofre de enxaqueca, você pode dar uma atenção especial aos lados da cabeça – o meridiano da vesícula Biliar dobra-se sobre si várias vezes, para abranger cada lado. Nossa seqüência de shiatsu para cabeça e face consiste principalmente em pontos de pressão, ou pontos-chave, e não em meridianos. Mais freqüentemente os pontos da face são utilizados no alívio da tensão, dor ou congestão localizada. Seu efeito no restante do meridiano ocorre num nível sutil de energia, e não no plano físico. Assim, um ponto do meridiano da Bexiga perto do olho não afetará a bexiga, embora vá exercer um efeito sutil no Ki do elemento água.
Na área dos olhos:
Bexiga 1; situa-se no canto interno da órbita ocular, logo acima do canto do olho.
Bexiga 2; está situado na extremidade interna da sobrancelha.
Vesícula Biliar 1; está localizado no vazio existente fora da órbita, no nível do canto do olho.
Em torno da boca:
Intestino Grosso 20; situa-se logo abaixo da parte mais larga da narina.
Estômago 3; situa-se a meio caminho da “ruga da gargalhada”.
Vaso da Concepção 24; está localizado no centro do sulco do queixo.
Vaso Governador 26; situa-se no centro do lábio superior.
Tai Yang situa-se na têmpora.
Intestino Delgado 18;situa-se no vazio abaixo do osso zigoma (antigo malar).
Estômago 6; encontra-se no nó muscular dentro do angula da mandíbula
Todos esses pontos situam-se no meridiano do Vaso Governador, e você os trata ao trabalhar ao longo da linha média da cabeça.
O mais importante é o Vaso Governador 20; uma linha imaginária desde o alto das orelhas até a linha média.
Quando alguém não consegue relaxar, está manifestando uma desarmonia yin-yang. Se o yin se torna fraco demais para atrair o yang, ou o yang no corpo fica mais forte, ele se separa e se “rebela” para cima. Dores de cabeça, nervosismo, irritabilidade, insônia, secura nos olhos, nariz ou garganta, sede, sensações de calor no peito ou na cabeça e rosto ruborizado são sintomas típicos deste tipo de desequilíbrio.
Aplicar shiatsu na cabeça ou nos pés sob tais circunstâncias é muito útil. Comece pela cabeça para dispersar o yang Ki e ajuda-lo a descer. Trabalhe nos pés para fortalecer o yin, atraindo o yang para baixo. O yin sobe para acalmar a mente, refrescar a cabeça e umedecer os olhos e a garganta.
O Yin atrai o Yang; o Yang atrai o Yin. O Yang é ativo e protege o Yin; o Yin nutre e apóia o Yang; o Yang é quente e seco; o Yin é frio e úmido.
O Yang Ki regula as “aberturas” sensoriais. Os canais Yin transportam nutrientes e umidade para cima, até os orifícios sensoriais.
Para essa rotina use um travesseiro baixo. Sente-se atrás da cabeça do cliente e apóie-se sobre os ombros dele. Coloque as mãos embaixo da cabeça, entrelaçando os dedos e, com as mãos fixas contra a base do crânio, erga e incline seu corpo por trás, para abrir e alongar a coluna. Endireite o pescoço do cliente, puxando de volta em sua direção.
Antes de começar a aplicar pressão sobre os tsubôs, segure a cabeça do cliente calmamente por um instante. Descanse os polegares estendidos sobre a testa e mantenha as palmas e os dedos sobre as têmporas.
Comece segurando os dois lados do rosto ao mesmo tempo. A simetria da pressão do polegar será apropriada e confortável, desde que você mantenha o apoio sobre o lado da cabeça com os dedos estendidos.
Use os polegares para seguir o canal da Bexiga da extremidade interna da sobrancelha. (B 2) pela testa e até o alto da cabeça. Agora, siga a linha interna do canal da Vesícula Biliar (VB 14) para cima, sobre a cabeça. Então, usando um polegar sobre o outro, siga o canal regulador desde o alto da cabeça até o ponto entre as sobrancelhas, o “Salão das focas”.
Não é preciso seguir os canais rigorosamente. Tente trabalhar ao longo da linha das sobrancelhas; depois, siga os contornos do rosto, abaixo dos olhos e através dos molares. Por último, trabalhe em volta da linha da mandíbula, usando os polegares em cima e os dedos curvados embaixo do queixo. Qualquer tsubô que você encontrar estará relacionado aos canais Yang no rosto; Mas pode haver pontos que lhe parecerão especialmente úteis ao cliente. Sinta-se com vontade para se concentrar neles.
Trabalhar com os polegares às vezes é difícil; use o dedo mínimo sobre o ponto B1, “Brilho dos olhos”, que também ajuda na insônia. Este ponto fica a 1mm do canto interno do olho. Pressione para dentro e para cima.
Os pontos em volta das órbitas são particularmente úteis para problemas oculares. Alguns deles servem também para problemas nasais ou do sinus, e a maioria deles alivia dores de cabeça, também. Eles são mostrados no diagrama acima e incluem “Espinha de peixe”, localizada no meio das sobrancelhas, no canal mediano; e VB 14, “Yang Branco”, 2 cm acima da “Espinha de peixe”, marcando o início da linha interna do canal da Vesícula Biliar sobre a cabeça.
Após trabalhar no rosto, vire a cabeça um pouco para o lado, apoiando sobre a palma da mão. Agora, desça pelo lado da cabeça., primeiro usando o polegar sobre o canal do Estômago; do canto da testa, descendo em frente à orelha, até o músculo na extremidade do maxilar. Agora, trabalhe sistematicamente sobre os tsubôs ao longo e dentro da margem do couro cabeludo e em volta da orelha. Termine, localizando os tsubôs sob a base do crânio (conforme a figura ao lado). Tente sentir os espaços vazios onde a pressão será bem aceita. Alguns destes espaços são pontos clássicos com benefícios reconhecidos para os olhos, ouvidos e outros órgãos sensoriais. Outros ainda acalmam a mente, sendo, portanto, úteis para insônia, nervosismo e irritabilidade.
Ajuda a afrouxar e equilibra o pescoço. Vire a cabeça do parceiro de um lado para o outro, tentando sentir se há resistência. Se a sensação for à mesma nos dois lados, comece por qualquer um; do contrário, alongue primeiro o lado fácil (Kyo).
Vire a cabeça do cliente para o lado direito, apóie-se com a mão direita sobre o ombro esquerdo dele e coloque a outra mão sobre o lado da cabeça (posição 1).
Alongue o pescoço, apoiando-se gradativamente através da mão, cotovelos relaxados e, então, solte. Coloque agora a mão esuqerda sob a cabeça para erguêla e virá-la um pouco mais (posição 2). Alongue e solte.
Deixe a cabeça voltar à posição sobre a palma e alongue novamente (posição 3). Solte. Repita do outro lado.
Gire a cabeça para o centro. Coloque a mão em forma de concha sob a base do crânio e force um pouco para trás, apoiando os lados da cabeça com as palmas. Deixe que os dedos encontrem outra posição, penetrando nos tecidos mais finos (tsubôs) e force para trás novamente. Repita este movimento duas ou três vezes, permitindo que o cliente se ajeite e respire. Para terminar, quebre o contato suavemente.
Shiatsu significa relação –
mais do que simplesmente “pressão dos dedos”.
Por ter mãos, estendemo-las para receber
e nos entendemos no trabalho.
Por sermos pesados, precisamos de algo com que nos apoiar,
a Terra nos empresta seu corpo para apoio.
No shiatsu, nossos parceiros nos emprestam seus corpos para apoio.
Assim, descansados e forte, podemos oferecer nossas mãos para ajudar.
Respirando o espírito do céu.
Duas pessoas,
na verdade uma.
SOLICITE NOSSA PROGRAMAÇÃO DE CURSOS LIVRES Este endereo de e-mail est sendo protegido de spam, voc precisa de Javascript habilitado para v-lo
GOSTARÍAMOS DE AGRADECER A TODOS NOSSOS AMIGOS A AUTORIZAÇÃO PARA EXPOSIÇÃO DE SUAS IMAGENS EM NOSSO SITE.
Todas estas técnicas são alternativas,
para a melhoria de sua qualidade de vida,
não devendo substituir o tratamento médico.
Você é muito importante para nós!!!
AMBULATÓRIO - Visite nossos Ambientes de Aprendizagem
A bibliografia que utilizamos para desenvolver esta página é encontrada no link BIBLIOGRAFIA neste site.
Após realizar o depósito, entrar em contato conosco através do telefone (21) 2244-3816 / 99628-6385
Fazemos um convite para que venha conhecer nossas instalações antes de efetuar o depósito.